Para sempre capitão

Estudante: Pedro Henrique Bonzanini
Turma: 7ª série E.F.
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer

(Hoje, no dia 22 de junho de 2018, completam-se 20 anos desde que Valdomiro Ferreira foi morto por Roberto Barbosa, o agora ex-coronel da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Valdomiro Ferreira, também conhecido como Zé Pequeno, era um homem com apenas 1,51 de altura, com cabelos encaracolados pretos, era negro e também sofria de obesidade desde os poucos anos de vida.
Valdomiro, um homem violento e com vários problemas mentais, começou com a vida de traficante muito cedo, pois seus pais, que moravam com ele e seu irmão Jaime no morro do Alemão, morreram em um acidente de carro. Então os dois foram morar com um “amigo” de Jaime, pois ele não havia completado 18 anos.
A polícia nunca divulgou o real nome desse menino que abrigou os dois, porém sabemos que foi ele quem influenciou Valdomiro a se tornar um dos maiores traficantes de drogas do Rio de Janei…).
Era isso que estava ouvindo o ex-coronel Roberto Barbosa. Um homem alto, cabelos grisalhos, olhos negros e de bochechas largas. Roberto era um homem de olhar severo, que morava sozinho em uma cabana, pois gostava de viver em meio a natureza, ele tinha um trauma de muito tempo, um trauma que o atormentava até hoje, porém isso iria acabar.
Agora Roberto está sentado no canto de uma sala, em uma poltrona gasta cor verde-erva. Há alguns metros dali após uma mesa de madeira de pinheiro e algumas estantes com livros grossos e vermelhos com as lombadas em dourado, que neste exato momento estavam muito empoeirados, havia uma mulher sentada em uma cadeira de rodas, essa mulher de aparência frágil, na verdade era a psicóloga de Roberto.
Dona Mercedes, a psicóloga de Roberto, percebeu que seu paciente estava preocupado, muito preocupado, então ela decide perguntar o que o deixava aflito, Roberto não fala, mas depois de algum tempo resmungando silenciosamente, ele decide desabafar.
Era dia 20 de junho de 1998, o recém nomeado coronel, Roberto da Silva Barbosa com seus apenas 47 anos, foi designado para uma missão. Ele deveria com seu grupo impedir um caminhão de transportar mais de 20 toneladas de maconha de um galpão que fica na favela da Rocinha até um outro galpão no complexo do Alemão, depois disso seria distribuído para o resto do país.
Então Barbosa reuniu um grupo e em conjunto bolaram uma estratégia. O plano consistia em o grupo se dividir em dois times, um que era formado por um piloto, um copiloto, um atirador e um quarto integrante que seria o capitão, e quem recebeu este cargo foi Roberto. O outro grupo também formado por quatro pessoas iria em uma van escolar seguindo o caminhão. Após o caminhão recolher de maconha e dar a partida uma perseguição se inicia.
Após chegar ao local, que era um galpão cheio de barris de gasolina, ele esperaram Zé Pequeno aparecer, porém Zé Pequeno por ser muito rico comprou parte dos integrantes da polícia e por isso ele acabou sabendo o que estava prestes a acontecer.
Poucos minutos antes do esquadrão entrar no galpão, Zé Pequeno colocou alguns barris de gasolina para fora, porém para não deixar evidente, ele os escondeu entre uma escavadeira e uma parede. Após a polícia entrar no galpão, ele os tranca lá dentro e explode os barris desencadeando um incêndio.
Depois de algumas horas com o fogo contido Zé Pequeno entra no galpão em busca de sobreviventes, ele encontra dois homens. Em meio a toras de madeira queimadas estava Roberto, ele estava tonto e imobilizado pelas toras, o outro estava encostado em uma parede próxima ao portão, porém suas pernas haviam queimado com o intenso calor que o aço havia absorvido.
Forçando seu corpo para o lado o homem com as pernas queimadas pega a arma e descarrega seu único pente em Valdomiro, após isso com dificuldades de voltar ao seu lugar anterior o homem acaba morrendo deitado engasgado no seu próprio sangue. Após a imprensa e as autoridades chegarem Roberto é considerado o único sobrevivente e por isso foi divulgado na mídia que foi o próprio que matou Valdomiro.
Ao terminar de contar a história para sua psicóloga, os dois ficam em silêncio por alguns minutos, porém esse silêncio é cortado pelo alarme do relógio de pulso de Roberto, ele se despede dizendo que teria um compromisso, ele vai até a garagem, abre o portão, entra em seu carro e sai do prédio em que estava. Dirigindo perto de um parque ele olha entre as árvores e vê um homem, ele era alto, magro com cabelos curtos e loiros, ele estava usando uma camisa branca e uma bermuda preta, porém ao olhar para ver seu corpo inteiro ele percebe que esse homem não tinha pernas e estava flutuando. Aquele era o homem que atirou em Valdomiro. Ao piscar e olhar novamente em meio das árvores o homem havia sumido, isso aconteceu em apenas uma fração de segundos, ao voltar o olhar para a estrada ele percebe que está indo em direção de um caminhão, então ele vira o carro com a intenção de desviar, porém ele acaba batendo em um poste que cai em cima do carro em que Roberto estava. Já no hospital em meio as máquinas, Roberto vê sentados em cadeiras ao seu lado sua equipe que havia morrido naquele dia, porém eles não eram mais pesadelos ou fantasmas, eles eram apenas… eles. Ele solta uma lágrima e com seu último resquício de força ele diz:
– Obrigado!

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