Estudante: Luise Bouvier
Turma: 7ª série E.F.
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer
Era para ser mais um domingo qualquer, a família de Maria se reunia para passar mais um final de semana. Vieram suas irmãs, filhos e sobrinhos.
Estava tudo como planejado, almoçaram, comeram a sobremesa e começaram a jogar canastra, não viram o tempo passar. Como já era tarde, as visitas retornaram para suas casas, menos Ana.
Já havia anoitecido. Como era inverno, frio, Maria resolveu levar sua irmã para casa, que era no centro da cidade.
Nas ruas tudo calmo, provavelmente, como estava frio as pessoas acabaram se recolhendo mais cedo para suas casas.
Ao chegarem, resolveram conversar mais um pouquinho, mantiveram os vidros do carro fechados, pois o frio e o vento eram intensos.
De repente, uma batida no vidro do lado de Maria, sem pensar, quase de forma automática, abriu. O adolescente do lado de fora anunciou o assalto, pediu logo a carteira.
Maria sem muito entender foi logo dizendo que havia saído rápido e nem carteira pegou, o adolescente insistiu querendo dinheiro, então ela olhou para o lado e viu algum trocado e logo entregou.
Naquele momento, ao olhar para o rosto do adolescente, uma reação de desespero tomou conta do mesmo, entre lágrimas, um pedido de desculpas, o adolescente foi se aproximando ainda mais para abraçar Maria, que no impulso não hesitou e o abraçou também.
O assaltante que não passava de um adolescente amedrontado, perguntou se Maria não o estava reconhecendo, disse que era Jonas, seu ex-aluno, do quarto ano, pediu-lhes desculpas dizendo que nunca iria roubar sua professora.
Maria continuava sem palavras, imóvel entre lágrimas, tentava entender o que havia acontecido, pois tudo foi muito rápido. Jonas, de repente, desapareceu no meio da escuridão.
Ela despediu-se da irmã ainda em estado de choque, ligou o carro e retornou para sua casa.
Maria era professora há mais de 20 anos, já passou por várias escolas, turmas e alunos. No caminho de volta para casa tentava lembrar de Jonas, mas entre tantos alunos, restou uma lembrança apenas, a de um menino magrinho, com olhar triste e muito agitado.
Aquela noite de domingo ficará gravada na memória de Maria, afinal nunca tinha vivenciado uma situação parecida com aquela.