Autora: Cecilia Caumo
Turma: 7ª série B
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli
Em um dia, em alguma hora, em algum lugar, o circo passou e Negrinho foi junto. Não como plateia, mas sim como funcionário. Seu “dono”, João, era o proprietário do show, apresentava e cuidava, sempre de cara fechada, com mau humor.
Negrinho não tinha pais, porém dizia-se afilhado de Marcy, assistente de seu João. Ao contrário dele, ela estava sempre de bom humor, ajudava, era carinhosa.
Quando tinha tarefa para fazer, já chamavam Negrinho. E ele sabia: Ou faz ou apanha. Tanto é que o maior trabalho dele era recolher dinheiro dos bilhetes para a viagem que fariam após cada cidade apresentada. E Negrinho pensava “vou ser livre, vou sair daqui”.
Então, um dia, ele foi vender os bilhetes, os quais fizeram sucesso e, de uma hora para a outra, evaporaram, deixando apenas um montinho de dinheiro.
Negrinho foi muito feliz em direção à tenda do circo, entretanto, no meio do caminho, alguns meninos de mais ou menos quinze anos o assaltaram. Levaram tudo.
Chorando, ele retornou à tenda e contou ao seu patrão o que aconteceu. João ficou tão bravo que pegou o chicote que usava nos animais e castigou tanto o menino que sua pele se tornou vermelha, seus olhos se fecharam e ele caiu morto no chão. “Leve ele para o formigueiro do terreno.”
Dentro da cabeça do menino, Marcy dizia “vai ficar tudo bem”. Ele se levantou e viu que era noite. Todas as velas da cidade flutuavam em sua direção, e Negrinho acordou. Criou seu próprio negócio, fez muito sucesso, devolveu o dinheiro perdido, o qual seu João ficou surpreso em ver, e seguiu seu sonho: Ser livre!