Confetes e balões

Laura Barzotto KlafkiAutora: Laura Barzotto Klafki
Turma: 1ª série do Ensino Médio
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer

 

    Eram meados de 2007 quando, após milhares de pedidos, ganhei um cachorrinho de meus pais. Sempre ficava imaginando como seria conviver com um companheiro de quatro patas, que me amaria incondicionalmente e me esperaria na porta de casa todo fim de tarde.
    Morava em um apartamento e sou filha única. O resultado disso sempre foi a falta de alguém para brincar.
    Eis que o grandioso sábado à tarde finalmente havia chegado. Para mim, até o dia havia nascido mais aconchegante à espera do meu mais novo amigo.
    Os momentos que antecederam o desembarcar do carro para entrar na casa de meu tio foram radiantes para mim, que, sentada no banco traseiro do carro, imaginava o meu amigo canino apoiado sobre a porta do carro, com seus pelos balançando a brisa do verão.
    “Chegamos!”, disse meu pai, puxando o freio de mão. A ansiedade era tamanha que, por um momento, quase pulei para fora da janela.
    Meu tio nos levou para o quiosque localizado nos fundos da casa, onde ficavam os filhotinhos. Eram cinco! Sempre gostei muito de cachorros, ainda mais pequenos. Naquele momento, agradeci a Deus por ver aquelas criaturinhas lindas. “É o melhor dia da minha vida!”, pensei.
    Ao reconhecer aquele que eu iria levar para casa e colocá-lo dentro de uma caixa de papelão, junto à comida e água, imaginei como seria seu nome. “Fred? Bidu? Scooby?”, todos os nomes pareciam muito comuns e genéricos. “O meu cachorro terá nome de Confete, para lembrar o melhor dia que eu já vivi!”.
    A viagem de volta foi mais tranquila, mas a felicidade ainda estava desenhada em meu rosto. No rostinho dele, nem tanto, mas é claro que eu nem me preocupei com isso, ele estava com sua dona!
    Depois de umas três horas jogando um ursinho para cá e para lá e esperando que ele buscasse, fui dormir, esperando mesmo é que o dia não acabasse. Estava exausta e logo dormi.
    Pela manhã, fui à área de serviço para começar mais um dia brincando e percebi que algo estava estranho. Minha mãe, séria, me pegou no colo e acariciou meus cabelos. Meu amiguinho não havia nem começado nossa jornada. O confete não fora jogado para o ar. Ele havia morrido.

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