Autora: Júlia Eidelwein
Turma: 3ª série A do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli
Caros colegas condôminos,
Venho, por meio desta, expressar a minha indignação com a reação à aquisição de um carro pela lavadeira por nós contratada. É injusta a diminuição do seu salário, visto que o único motivo é a recente ascensão econômica da empregada, sem haver insatisfação com os serviços por ela prestados.
O trabalho braçal é, muitas vezes, erroneamente desvalorizado e diminuído à condição de trabalho de baixa importância, não merecedor de um salário expressivo. Isso se deve ao fato de, ao longo da história, essas funções serem desempenhadas por membros da base da pirâmide social, como servos e escravos, com remuneração baixa ou inexistente. Um pensamento retrógrado como esse faz com que nós, diplomados, pensemos ser superiores e ver nossos empregados como meros servos, simplesmente por não terem o ensino superior completo.
Em contrapartida, a Europa, desenvolvida econômica, social e culturalmente, oferece altos salários a babás, diaristas e demais empregados. Lá, o preconceito histórico já foi superado, e o setor de serviços, devidamente valorizado. Aqui, os salários, como na Europa, deveriam ser calculados pela importância desses profissionais em nosso dia a dia, e não pelo número de certificados e diplomas obtidos.
Por isso, peço que a diminuição do salário da lavadeira seja desconsiderada, pois o seu enriquecimento é merecido, sendo impedido apenas pelo nosso preconceito.
Atenciosamente e no aguardo de nova reunião,
J.E.
Lajeado, 6 de julho de 2015.