Estudante: Izadora Luíza Tramontini
Turma: 2ª série A E.M.
Unidade: Lajeado
Professora: Latícia Gracioli
Um dia, os gritos da Síria serão apenas histórias de terror para assustar crianças antes de dormir. Entretanto, sugiro uma versão “light” e mais infantilizada para que os filhos da nova geração não sintam na pele o horror da atual.
É quase clichê de tão batida e ultrapassada aquela famosa frase de facebook: “estudamos história para não repetirmos os erros do passado”. Um século depois da Primeira Guerra Mundial e os capítulos, o enredo, tudo continua igual. Não era para ser diferente?
Cansamos de estudar as causas e os efeitos desses conflitos na sociedade, pois os fatos continuam a se repetir. A guerra ainda vende armas, gera dinheiro, movimenta economias e cria novas hegemonias culturais. Mas será que o preço vale a pena?
Saímos do expressionismo há um bom tempo, no entanto parece que a qualquer canto que você olhe tudo está meio borrado. Meio manchado. Meio bruto. Igual ao quadro de Edvard Munch, aquele famoso pintor que fez a obra mais atual impossível para este contexto, O grito.
Quase 100 anos depois, ainda temos “O Grito” entalado em nossas gargantas. Todo o medo, a angústia, a falta de humanidade. Nada mais que o desespero presente nos olhos de cada criança síria em manchetes de jornal. Munch pinta o presente no século XX, sem saber que pintara também o futuro.
Até quando assistiremos sentados às injustiças acontecerem? À brutalidade, à ganância e à antipatia? Quantas vidas serão tiradas e quantas serão mudadas? Até quando fingiremos que os gritos não existem? A guerra não apenas mata pessoas, mas também a esperança.
Podemos fingir que essa luta não é nossa e acompanharmos de longe a história se desenrolar, ou podemos lutar, dialogar, cobrar, ajudar, nos posicionarmos. Podemos dar voz àqueles que não possuem mais força para falar e assim, talvez, o grito seja finalmente escutado.