Autor: Arthur Rambo Prediger
Turma: 9ª série A
Unidade: Lajeado
Professora: Latícia Gracioli
-Que dor de cabeça… Onde é que estou? Droga, não consigo me lembrar! Ok, calma, vamos começar do início então…
Bom, eu sou Emílio Menezes e as pessoas do Rio de Janeiro me consideram um boêmio, vivo pelas ruas do Rio nesse início de século vinte. Trabalho e passo a vida escrevendo meus sonetos e reportagens para jornais, muitos deles com ironias e protestos a alguns políticos miseráveis da cidade.
Falando nesses políticos, lembro-me agora de que estava me aventurando em uma matéria investigativa de desvio de verba, possivelmente cometida por um vereador da cidade, Talbot. Pelo que pesquisei, ele se mudou para o Rio vindo da Inglaterra faz alguns anos.
Este esperto cavalheiro é um homem muito rico que fez seu nome como dono de minas de carvão e veio tentar novos planos de investimento na América. Com sua influência logo conseguiu entrar na política por aqui.
Com o novo e duvidoso cargo de vereador, Talbot estava conseguindo aprovar algumas leis junto ao seu partido, pelas minhas investigações, ele pretendia abrir a maior empresa bancária do estado, com essas leis que o beneficiavam, além de certas quantias de dinheiro desviadas dos cofres públicos que estão ajudando a bancar isso tudo.
-Ora, ora, Emílio, parece que finalmente resolveu acordar, meus capangas te trataram tão mal assim?
-Eu ia mesmo dizer que esse serviço de spa foi uma porcaria, mas por que essa cara de poucos amigos, Talbot?
-Sarcástico até nas horas erradas, hein? Enfim, vamos direto ao ponto, você pretendia publicar, no jornal do Rio onde trabalha, sobre o meu novo empreendimento, não é?
-Na verdade, só a parte do desvio de verba pública e leis que te dariam vantagens sobre as outras empresas bancárias. Mas eu acho que posso fazer uma outra matéria para falar do resto…
-Ha, ha, ha… Não me faça perder a paciência, Emílio, entregue-me logo os documentos que podem te ajudar a provar isso.
-Acho que a essa hora falta muito pouco para os jornais, com minha matéria, começarem a ser distribuídos. Isso, claro, se o seu relógio estiver certo.
-Droga, seu espertalhão!
Talbot saiu correndo com seus parceiros para o jornal onde trabalhava Emílio, Faltava apenas uma hora para a distribuição da edição de primeiro de setembro de 1914.
-Ai, ai meu caro Talbot, como você sai deixando tudo aberto e ainda sem revistar meus bolsos?
Emílio cortou as cordas que o prendiam com seu canivete na estrada do esconderijo de secreto do vilão havia um telefone preso à parede, recém chegado da Europa.
-Acho que isso deve servir – falou o escritor pegando o telefone – Alô, detetive Severo Pinto? É o Emílio, algo me diz que você vai pegar um peixe grande na porta do jornal onde trabalho.