Autora: Ana Paula Boaro
Turma: 9ª série
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer
Em um dia, para ser mais específica, foi em um domingo, férias escolares, tudo indo bem, até meu pai resolver acampar em uma cidade onde estávamos passando as férias, com toda minha família, eu, meus dois irmãos, Darlan, o mais velho e o mais complicado, Lucas, o filho do meio, atrapalhado e sempre alegre, minha cunhada, esposa do Darlan e a minha sobrinha Maya, filha do Darlan, meu cachorro Billi, meu pai e minha mãe. Resolvemos que iríamos às seis da tarde para dar tempo de montar todo o acampamento, levamos tudo em um carretão.
Chegamos no local, era noite, pensa em um lugar isolado, mas era lindo, a água do laguinho era muito limpa e era de cor azul, de se apaixonar, muitas árvores. Começamos a montar as coisas, até que meu pai se deu conta de que estavam faltando algumas coisas e voltou para casa junto com minha mãe, com o Billi, que estava muito assustado e com minha cunhada e minha sobrinha, mas o que eles não esperavam era ficar sem gasolina bem no meio do caminho, onde não havia civilização.
Enquanto isso, eu e meus irmãos estávamos presos naquele lugar, tivemos várias ideias do que fazer. Pensamos em fazer uma trilha, pegamos água, comida entre outras coisas de sobrevivência que meu irmão Darlan nos mandou pegar. Ele era esperto. Começamos a trilha. Havia muita subida e muitas plantas, achamos até uma coruja, grande, olhos castanhos, linda demais. Ficamos cansados, resolvemos parar um pouquinho, escoramo-nos em algo, tinha uma lona azul por cima, era enorme, acho que quem escondeu não queria que ninguém visse. Meu irmão Lucas, um gênio, resolveu ver o que tinha lá, achamos um avião, isso mesmo um avião, mas nem demos bola, aquele avião devia ter caído há muitos anos, estava enferrujado, sujo e quebrado também.
Decidimos continuar o caminho, subimos por um bom tempo ainda, quando chegamos ao topo do morro, eu escutei alguém caminhando por perto. Pensei em nos escondermos, estávamos atrás de uma pedra enorme, lembrei-me de que tinha pego uma faca, então coloquei-a na horizontal e virei no sentido onde escutei alguém. Primeiro eu vi uma sombra que não era minha, nem dos meus irmãos então fiquei com medo. Na segunda tentativa de ver a tal pessoa, vi um homem armado e procurando por algo, obviamente ele estava nos procurando. Joguei uma pedra bem longe de onde estávamos para tentar despistá-lo. Quando ele saiu nós começamos a correr muito rápido para o acampamento, mas não achávamos o caminho. Escutamos tiros, um dos tiros passou de raspão na árvore ao lado do meu irmão. Conseguimos avistar o avião de longe, então fomos nos esconder dentro dele. Tentamos bolar um plano, pegamos algumas coisas que estava no avião ainda e começamos a correr, o plano era ir para o acampamento, como antes, mas nós nos perdemos.
Seguimos reto por entre as árvores, e achamos um outro acampamento. Fomos ver se tinha alguém ou algo, e encontramos alguns jornais. Achamos uma reportagem que dizia que o cara que vimos era fugitivo, aí ficamos com mais medo ainda. Um homem aproximou-se, eu já levei um susto, achando que era o fugitivo, mas vi que era um cidadão indefeso. Ele nos chamou e fomos para perto, com desconfiança, mas fomos. Ele nos disse que tinha visto uma família na beira da estrada, sem gasolina, e os levou para casa. O homem pediu para o seguirmos, fomos até a sua casa e lá achamos nossa família. Contamos tudo o que havia acontecido e o homem falou para nos escondermos no porão da sua casa. Ele subiu, pegou uma arma para cada um, perguntei se eram ilegais, ele disse que era caçador, e nos disse para não ter medo de usá-las. Eu segurei o Billi para ele não ficar correndo e latindo caso atirássemos. Ficamos lá por um tempo, até meu pai resolver sair e dizer que estava tudo limpo, o fugitivo não estava mais por perto. Então pegamos nossas coisas e as armas e fomos caminhando para o nosso acampamento, com muito cuidado, até porque tinha um fugitivo atrás de nós. Chegamos à conclusão de que ele queria nos matar pois achamos o avião dele.
Fomos devagar para não chamar a atenção e mesmo assim não passamos despercebidos e, infelizmente, o fugitivo nos viu. Então nos escondemos entre as matas, enquanto meu pai ia atrás dele. Meu pai não é louco, ele tinha um plano, e foi exatamente assim que o plano foi realizado:
– Ana, Lucas e Darlan, vocês ficam aí escondidos com as armas na mão, se escutarem algo, deem um tiro, de preferência não em mim e nem na sua mãe. Rosa, você fica de outro do lado da trilha, eu vou atrás dele, se ele capturar algum de vocês, fiquem quietos.
O fugitivo pegou meu pai pelas costas e então o levou para a mesma trilha onde estávamos escondidos. Ele estava virado para mim e meus irmãos, então minha mãe fez um sinal que ninguém entendeu. Ela meteu a arma na cabeça do fugitivo e o mandou largar a arma no chão. Lucas pegou a arma e soltou as mãos do papai que estavam amarradas. Nós o amarramos e procuramos por algum sinal de telefone no celular do fugitivo. Infelizmente não encontramos nada. Caminhamos até o acampamento que estava pegando fogo, adivinha quem ateou o fogo? Isso mesmo, o fugitivo, que na verdade se chamava Carlos.
Encontramos o homem que nos ajudou antes, e ele tinha um telefone residencial de linha, ligamos para polícia. A polícia nos encontrou, chamou os bombeiros para apagar o fogo, e nos levou para dar ocorrência e testemunho do fugitivo. Eles o prenderam.
Por fim lhes digo, nunca acampem, nuca se sabe o que vai acontecer, e sobre o carro do meu pai, eles guincharam, e tudo voltou a ser como estava naquele domingo antes do acampamento.