Autora: Yasmin Curvelo Doehl
Turma: 2ª série B do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Leticia Gracioli
Há algumas semanas, todos tornaram-se conscientes quanto a depressão e o bullying, bastou uma empresa famosa criar uma série “cult” sobre os assuntos. Porém, agora, o tema voltou a ser foco da mídia após a chegada de um “presente”, direto da Rússia: o Jogo da Baleia Azul ou, para os íntimos, o Jogo do Suicídio. Este consiste em uma série de tarefas (voltadas, principalmente, a adolescentes psicologicamente debilitados) cujo objetivo é “preparar” para o desafio final: pular do alto de um prédio.
Não demorou para afirmarem que a “tal baleia” está “matando nossos jovens”. Pois aqui trago para você, “exclusivamente”, a verdade: “ela” não assassinou nem uma alma e, além desse fato, informo outro: nossos olhares estão voltados para o lado errado.
Então, aqui vai uma pergunta: você se importa? Depois de receber a resposta automática, espero que eu consiga mostrar que, provavelmente, você está enganado.
Começo afirmando que a tal “brincadeira” não passava de boato até espalhar-se pela internet, algo que, ironicamente, fez tornar-se uma realidade, ainda que não com a fama que é conhecida. Contudo, bastou isso para criar o pavor geral. Não houve um jovem que não escutou sobre ela até dos parentes mais distantes. Entretanto, a maneira que grande parte dos “mais velhos” encontrou para tratar de um assunto tão delicado é cômica, ainda que trágica: “na minha época não tinham essas frescuras”, “isso se resolve com porrada”, “tem que aprender a ser gente”, entre outras frases “carinhosas” foram voltadas aos que cogitam suicídio.
Eis que se chega ao ponto crucial da questão: o causador do tão temido ato não é a depressão, a internet e muito menos a moda. A responsável, na verdade, passa longe disso: é a indiferença. Para poder exemplificar isto, cito algumas palavras tocantes de uma pediatra: “A baleia azul matou dezenas, mas a falta de suporte levou milhares”.
Você, leitor, como responsável, deixa claro seu orgulho por seu filho, independente da nota dele, opções para faculdade ou orientação sexual? Ama-o, mesmo que não siga suas ideias, sua religião ou seus “moldes” de pessoa? Respeita-o, sem inferiorizá-lo, abre-se para o diálogo e presta atenção nele, independente de quão “corrida” é a vida que você leva? Como amigo, entende que nem sempre o outro não lhe responder é por mal? Mostra seu apoio quando necessário? Se faz presente em situações difíceis, não só naquelas de diversão? Como pessoa, respeita o próximo? Enfim, seja quem estiver lendo este texto, você realmente se importa?
A infeliz verdade é que a minoria demonstra compaixão e preocupação com os outros. Uma considerável (e preocupante) parcela da nossa sociedade chega a ser doente nesse quesito: não sente empatia a não ser que isso traga uma imagem positiva para si. O interesse desses indivíduos resume-se a quantos “likes” receberão se demonstrarem sua “bondade”. Então, sugiro que voltemos da Utopia e encaremos a Terra: série bonitinha alguma mudará essa realidade.