O peso da ‘baleia azul’

Renato BertoglioAutor: Renato Luiz Enger Bertoglio
Turma: 2ª série A do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora:  Leticia Gracioli

 

    Creio que todos já estão sabendo do tal “Desafio da Baleia Azul”, e por isso dispensa apresentações. O que alguns não sabem é o porquê dessa “brincadeira” estar sendo temida –e com razão- por todo o globo.
    Parece-me que muitas pessoas ainda acham que suicídio é uma coisa muito distante da realidade, que ele não nos cabe. Não percebem o quanto essa questão está presente, silenciosa, ao nosso redor. Algumas ainda se acham no direito de julgar, de dizer que apenas pais irresponsáveis poderiam não perceber o que se passa com seus filhos. A verdade é que, sim, falta acompanhamento dos responsáveis, mas também é muito fácil, numa realidade que envolve o âmbito virtual (e não apenas o físico), passar despercebido pelos olhos daqueles que deveriam estar vigiando. Nem todos os pais e mães são ligados à tecnologia. Assim, basta o jovem saber interpretar, fingir que está tudo bem, para que aqueles pensem que está, de fato, tudo bem.
    Ao adentrarmos no assunto, percebemos que justamente o mundo online é um grande vilão, se não usado de forma correta, o que é relativamente fácil quando não há orientação. O adolescente, curioso e influenciável, com acesso a tudo, perde-se nos caminhos da internet e lá passa muito tempo, outro fator perigoso, pois, assim, sequer percebe que está preso ali. Então, por mais difícil que seja, os pais devem procurar entender as tecnologias e fazerem-se presentes.
    Outro pensamento que devemos levar em conta é que, antigamente, um eventual bullying terminava no tal espaço físico, como na escola, por exemplo. Hoje, o adolescente é perseguido em qualquer lugar, principalmente em casa, por intermédio das vias digitais.
    Enfim, bem como existem pais que quase nada sabem sobre a era inovadora em que vivemos, existem aqueles que estão tão ou mais presos quanto os filhos nessa quase outra dimensão. Dessa forma, se cada um viver atrás de sua telinha, ninguém vai prestar atenção em ninguém, e aí sim estaremos perdidos.
    Acho que, para os que vem o mundo de forma negativa, pessimista, falta um senso de valor da vida. Essa é, acima da vigilância e dos cuidados, a maior tarefa dos pais: transmitir esse senso. É a partir disso que as pessoas passam a enxergar além da sombra que as cega.
    Jamais podemos deixar de prestarmos atenção ao próximo, de cuidarmos, de expressarmos o que sentimos. Quando deixamos de fazer isso, o problema se torna dos grandes. Devemos tentar entender o que se passa ao nosso redor e buscar ajudar, para que possamos evitar que aquilo que parece tão distante se revele na nossa frente.

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