O real conceito de inteligência

Laura Barzotto KlafkiAutora: Laura Barzotto Klafki
Turma: 2ª série do Ensino Médio
Unidade: Região Alta
Professora: Flávia Zanatta

    Sempre fui uma pessoa que gosta muito de estudar e estar informada sobre as novidades em âmbito global e nos campos tecnológico e científico. Por causa disso, fui constantemente considerada “muito intelectual” e “melhor do que muitos” em diversas atividades que faço, mesmo que, em grande parte dos casos, as afirmações sejam equivocadas.
    Dias atrás, meus amigos e eu estávamos conversando sobre uma prova dificílima a qual estava por vir. Então, um deles me disse que eu nem precisava me preocupar tanto, afinal, eu nasci muito inteligente.
    O problema é que a vida escolar nos passa essa falsa percepção de que a inteligência é medida pelas questões de múltipla escolha que são marcadas corretamente no papel. É como se os alunos fossem produtos a serem etiquetados em uma fábrica e separados com base em números: acima de sete no boletim, setor dos “inteligentes”, abaixo de sete, setor dos “burros”.
    A inteligência pode ser medida com base em milhares de outros fatores. A frase é clichê, mas a definição é sempre válida: “ninguém nasce sabendo”. Se uma pessoa passou em medicina em uma federal, passou em um concurso público muito concorrido, tirou nota 1000 na redação do ENEM ou gabaritou a prova do conteúdo mais difícil de todos, o mérito foi fruto do seu esforço.
    O que realmente existe é a definição de “facilidade” e “dificuldade”, e foi isso o que eu falei aos meus amigos naquele mesmo dia. Eu posso ter a facilidade de assimilar os conteúdos escolares e provar que eu os entendi, mas isso não quer dizer que eu tenha todos os inúmeros outros dons que eles possuem. Eu não tenho o talento de cozinhar, cantar, encenar, dançar, praticar esportes com habilidade, tocar violão, desenhar com perfeição, nem montar um cubo mágico em menos de um minuto, mas eu, de certa forma, me destaco nos estudos. E, infelizmente, essa qualidade é muito mais valorizada para determinar a inteligência de alguém do que todas as outras já citadas. Uma pena.
    Que tal criarmos um novo conceito de inteligência? E se conversássemos com pessoas as quais não têm tanta aptidão em fazer cálculos ou redigir textos e procurássemos destacar outros dons que elas possuem? Certamente veríamos que elas também são inteligentes.

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