Autor: Igor Paim
Turma: 3ª série do Ensino Médio
Unidade: Região Alta
Professora: Flávia Zanatta
Desde os anos 2000, o Brasil vem enfrentando crises na área da saúde com a chegada do verão e o consequente aumento dos casos de dengue. O Aedes aegypti, velho conhecido da nação brasileira, tem sua reprodução facilitada pelo clima tropical e pela ociosa relação da sociedade com a água parada. O fenômeno ganhou ainda mais destaque com o “surgimento” da chikungunya e da zika, ligada à microcefalia, e reacendeu, ainda mais forte, o debate sobre a prevenção ao mosquito.
Não é a primeira vez, e não será a última, que foram lançadas campanhas nacionais com as recomendações já maçantes a respeito do combate à reprodução do mosquito. Assim, não surtem mais efeito as habituais recomendações de encher vasos de plantas com areia ou esvaziar garrafas; apesar de efetivas, se tornaram repetitivas e são tão ignoradas quanto a propaganda de um produto indesejado.
Da mesma forma que ganham espaço essas doenças relativamente novas, o desconhecimento sobre elas é grande e gera confusão. Ninguém havia ouvido falar de zika, e nem mesmo os pesquisadores, que mal conseguem lidar com a dengue, têm um consenso sobre essas patologias recentes. A especulação da mídia, aliada com a incerteza e o desespero dos profissionais da área, revela o quadro caótico que, há anos, marca a saúde brasileira.
O Ministério da Saúde e sua agência de publicidade precisam de uma renovação que traga novas campanhas, mais estimuladoras. Além disso, o sistema de saúde como um todo precisa sair da inércia das campanhas e estimular, por exemplo, a criação de um mutirão com membros da comunidade local e profissionais da área, que sejam capazes de atos efetivos de transformação. Enquanto isso não acontecer, um mosquito estará sendo mais forte que um país inteiro.