Sofrimento desnecessário pós-tragédia

Julia Dartora CraideAutora: Julia Dartora Craide
Turma: 2ª série do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli

 

    Tragédias sempre ocorreram na história humana, sendo elas naturais, como a erupção do vulcão Vesúvio na antiguidade, ou geradas pelo homem, como as duas Guerras Mundiais no século passado. A mídia, por outro lado, teve rápido avanço nas últimas décadas, principalmente após a invenção da internet, esta permite que as informações sejam divulgadas rápida e amplamente por todo o globo. Nesse contexto, surge a dúvida: a exposição do sofrimento por meio de imagens é necessária ou não?
    Os meios de comunicação, em sua maioria, utilizam-se de fotografias trágicas como forma de atrair público, geralmente sem considerar a opinião dos presentes nelas. Assim, casos como o da garota que foi fotografada, durante a infância, nua, chorando e fugindo da devastação da guerra, são amplamente divulgados na imprensa e redes sociais, até mesmo por autoridades, sem consentimento. No caso, a protagonista da cena alegou sentir-se envergonhada, devido à nudez e à expressão de dor e medo.
É comum, também, a publicação de imagens com pessoas feridas ou mortas. Isso pode, contudo, prejudicar na recuperação, pois, ao avistar a si mesmos sofrendo diariamente, as vítimas revivem a experiência. Algo semelhante ocorre com as famílias em luto, que se isolam socialmente perdendo a capacidade de prosseguir com a vida devido à banalização, desnecessária, das fotografias de seus entes queridos em seus momentos finais de sofrimento.
Por essas razões, é necessário que a mídia tenha sempre o consentimento das vítimas, ou familiares delas, ao divulgar uma imagem trágica para não as expor. Além disso, a população deve ser instruída a não compartilhar esses retratos sem ter certeza da aprovação. Dessa forma, o sofrimento registrado terá o papel de sensibilizar e de servir como fonte histórica, sem prejudicar ninguém desnecessariamente.

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