Autora: Paola Radaelli de Conto
Turma: 1ª série do Ensino Médio
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer
Parecia ser mais um dia comum; eu estava solitária na margem de uma estreita calçada, no grande centro de Porto Alegre. Não sabia ao certo quem eu era, muito menos o que estava fazendo naquele local.
Quem passava por mim olhava-me com cara de desprezo e nojo, talvez fossem os trapos de roupas que eu vestia, mas afinal que culpa eu tinha, se não sabia nem mesmo meu nome?
Tratava-se de um passado incerto, que não parecia existir. A felicidade estampada no rosto de uma criança caminhando com sua família, de namorados passeando com seu cachorro, de amigos conversando. Essas pessoas eram felizes!
Diante dessa situação questionava-me; será mesmo que eu não tinha uma família?
Dúvidas. Eram elas que me faziam refletir todos os dias. Já cansada de viver sob incertezas, comecei a tentar encontrar respostas. Observava atentamente cada detalhe que por mim passava. Mas foi um cachorro que chamou minha atenção.
Pequeno animal tão dócil e amigo do homem; seria esta a solução para minha felicidade? Então, fiquei a pensar como faria para conseguir um. Foi quando uma senhora passou lentamente por mim, ela estava segurando um cachorro e esse começou a latir, foi quando ela levantou a cabeça e disse:
-Minha filha, é você?
Após uma longa conversa, minha memória lentamente começou a voltar e eu descobri que aquela senhora era minha mãe. Ela me disse que o motivo pelo qual me encontrava naquela situação era uso excessivo de drogas.
Eu não podia acreditar! Graças a meu amado cachorro, eu havia sido encontrada e, mesmo naquele estado, ele tinha me reconhecido! Minha felicidade era imensa ao saber que voltaria para casa.