Autor: Giácomo Rabaiolli Ramos
Turma: 2ª série B do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli
Os moradores de rua, como o nome já diz, não possuem residência fixa e vagam pelas estradas. Sua presença é considerada desagradável pelas classes abastadas que têm um lar estável. Tal fato é visto como motivo para a expulsão dos desabrigados das áreas centrais (e até mesmo das periféricas) das cidades.
Não obstante essa atitude egoísta com os menos favorecidos, a Constituição de nosso país diz que “todo brasileiro tem direito à moradia”. Desse modo, na teoria, o Brasil não deveria ter nenhum morador de rua, visto que nossas leis nos protegem dessa possibilidade. Assim, caso alguém estivesse dormindo em frente à minha casa, eu cobraria do Estado não meu direito (afinal, qual deles está sendo violado?), mas o do desabrigado que não tem onde descansar adequadamente.
As expulsões se dão do centro para a periferia, e isso tem explicação histórica. A preocupação em manter a “ralé” longe da “alta classe” existe há séculos, principalmente nas metrópoles. O Rio de Janeiro, por exemplo, demoliu seus cortiços para abrir grandes e largas avenidas nos pontos mais movimentos da cidade, inspirando-se em Paris. As pessoas das aglomerações tiveram de migrar para os morros afastados, criando as atuais favelas. Não existiam cercas ou outras estruturas que impedissem os habitantes dos morros de ir ao centro, porém derrubar casas para construir estradas é uma forma de exclusão, talvez até o precursor do descaso que hoje vemos.
Sim, vivemos em um meio egoísta. Tenho pena dos coitados moradores de rua, mas ainda mais pena dos pobres ricos que pensam ser uma espécie superior. Chamo-lhes “pobres ricos” porque têm posses materiais e, no entanto, pouca compaixão ou outros valores, os quais transpassam o dinheiro. Oxímoros regem a sociedade atual, e não sabemos quando e se isso mudará.