Autora: Laura Barzotto Klafki
Turma: 1ª série do Ensino Médio
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer
Sempre tive muita facilidade em fazer amigos, seja na praia, na escola, na pracinha, ou mesmo na parada de ônibus. Mesmo com sono, estava quase sempre bem-humorada e achava uma chatice ficar brincando sozinha quando se podia brincar de pega-pega ou ‘adoleta’ com algum amiguinho ou amiguinha.
De fato, não tinha vergonha de falar com ninguém, e não importava o gênero ou a faixa etária: a pessoa apenas precisava gostar de conversar (bastante) e não deveria ter medo de se sujar. Pronto, já havia ganhado o meu coração.
Eu costumava passar as tardes de verão na casa de minha tia, já que eu morava em um apartamento, o qual não tinha muito espaço para brincar (visto que gostava de correr).
Foi em meados de fevereiro/março de 2003 quando, em uma dessas visitas, ao desembarcar do carro avistei, com imensa alegria, um menino um pouco mais alto do que eu, na época brincando sozinho, no pátio, com uma bola de futebol.
Meus olhinhos brilharam quando, correndo, fui ao encontro do garoto e perguntei se poderia brincar com ele. “Claro!”, ele disse enquanto colocava a bola no chão para que eu pudesse chutá-la.
Ele era realmente muito simpático e, apesar de ser um pouco mais velho, sempre me deixava ganhar nas partidas realizadas em mais duas ou três tardes. Assim, de pés descalços, à sombra de muitas árvores e quase sempre acompanhadas de bergamotas ou balinhas de goma.
Depois de anos descobri o seu nome, Lorenzo. Nunca mais apareceu para as nossas brincadeiras e risadas nas tardes de verão. Mudou-se para outra cidade, segundo minha mãe.
Não me lembro ao certo como foi a última vez que nos vimos, afinal, para que despedidas se nos veríamos no dia seguinte? Pois bem, o dia seguinte chegou, como todos os outros. Só quem não chegou foi meu amiguinho. Nunca mais o encontrei.