O misterioso suspense

07.06BiancaAutora: Bianca Formentini
Turma: 9ª série
Unidade: Região Alta
Professora: Lucileine Kummer

 

O telefonema pegou-a de surpresa. Atendeu com impaciência, os olhos presos a um livro que tinha nas mãos, uma história policial que não conseguiu parar de ler. Era bom estar sozinha lendo um livro de suspense numa noite de ventania. O sábado já estava quase no fim e ela ali, presa àquelas páginas. O som do telefone era uma intromissão, um estorvo. Atendeu a contragosto.
– Alô?
– Júlia, sou eu. Ajuda-me, por favor! Levaram tudo!
– Como assim Bia?
– Entraram aqui com máscaras pretas, armas nos bolsos e levaram todas as minhas joias e meu dinheiro.
Pronto, só mesmo uma situação como essa para fazê-la parar de ler seu livro de suspense e sair de casa. Mais que depressa Júlia dirigiu-se à casa da amiga para socorrê-la.
O tempo não ajudou muito, a ventania agora se transformava em tempestade. Gotas de chuva começavam a cair do céu, embaçando a visão pelo para-brisa do carro. Demorou cerca de vinte minutos até Júlia chegar à casa da amiga.
Tudo estava diferente, sombrio, nem o cachorrinho da casa viera recebê-la com pulos contra as pernas. A menina estava atirada no sofá da sala, chorando apavorada. Nenhuma das duas sabia o que falar. Um abraço acompanhado do silêncio foi o suficiente para amenizar o clima de pavor.
Depois de acalmar-se um pouco, surgem as primeiras palavras:
– Mataram o meu companheiro.
– O que?
– O Scooby, Júlia. Assassinaram-no na minha frente.
Júlia fica sem palavras. Os assaltantes tinham passado dos limites. Mesmo com dificuldade, tentou acalmar a amiga e consolá-la. Decidiu que a melhor coisa a fazer seria passar a noite ali, com a amiga, caso algo ruim acontecesse novamente, enfrentariam juntas.
No meio da madrugada, estrondos estranhos pareciam vir do sótão da casa. As duas acordaram de seus sonos leves, mas nenhuma teve coragem de chegar mais perto para investigar. Se assaltantes estariam invadindo a casa novamente, pelos menos não levariam nada valioso, pois as únicas coisas que ficavam no sótão eram aparelhos estragados e um baú de fantasias.
Foi então que, de repente, os estrondos começaram a se aproximar, como se alguém estivesse caminhando em direção às escadas. O desespero das duas amigas só aumentava, assim como seus batimentos cardíacos. Um caloroso e apertado abraço tomou conta da situação. Os passos da pessoa no sótão se aproximaram, quando:
– Aaaaaah!
Júlia acorda com um pulo da sua poltrona. Olha ao seu redor, na casa, seus móveis, o relógio marcando 22:40, seu livro intacto no colo, aberto na página 213. Lembra de todo seu pesadelo, tudo culpa do livro de suspense que lia.
Pegou no sono enquanto lia, mas já passava da hora de estar na cama. Deixaria o final do livro para o dia seguinte. No seu quarto, teve suas últimas reflexões sobre o pesadelo e apagou as luzes, rezando para que isso jamais se tornasse realidade.

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