Estudante: Laura Machado Crespo
Turma: 9ª série EF
Unidade: Lajeado
Professora: Leticia Gracioli
Nos teus olhos eu descobri qual é o amor maior. Sabia que estavas a caminho, preparei-me para a tua chegada, mas não imaginei o quanto tu serias importante.
Tudo começou em uma terça-feira, em Porto Alegre, a minha cidade natal. Eu estava há dias com uma dor incessante na barriga e muito enjoo, então fiz o teste. Estava tão nervosa que meu coração parecia estar prestes a sair pela boca, sentia um grande frio na barriga e não parava de tremer. Não sabia se o calafrio era por causa da sensação de nervoso ou se era medo de aquilo ser real. Será que estava pronta?
Com os olhos cheios d’agua, enxerguei o resultado do teste da minha vida e deu positivo. Eu estava grávida. Não consegui esperar para dividir a minha felicidade com todos. Comecei contando ao pai da minha futura criança sobre a chegada dela. Sua reação foi um pouco diferente da minha, foi só escutar a palavra “bebê” para ele sair gritando rua afora:
– Eu sou pai!
O tempo foi passando e a ansiedade aumentando. Eu e Joaquim fomos a todas as consultas possíveis, fizemos o pré-natal, lemos muitos livros sobre gestação e bebês. E, no que pareceu um segundo, sete meses se foram, o dia tão aguardado já estava próximo.
Contudo, os dias, no lugar de passarem rápido, transformavam-se em uma eternidade e, quando eu começava a pensar no futuro, tudo parecia distante. Eu ainda não sabia responder a minha pergunta inicial, será que estava pronta? Ver a facilidade que Joaquim teve para ajustar-se à situação não me deixava melhor, muito pelo contrário, sentia-me ainda pior por continuar com meus receios.
Na noite mais chuvosa em tempos, dia 26 de agosto, o bebê não conseguia parar de se revirar. Assim que comecei a sentir uma água escorrendo pelas minhas pernas, levantei-me de imediato. Já sabia o que isso significava, esse não era mais um sinal falso, era a hora.
Todavia, estava insegura de sair de casa no meio de uma chuva tão forte como aquela. Joaquim me levou às presas para o carro, o hospital não era muito longe de casa, porém pareceram quilômetros percorridos. Enquanto isso, as contrações ficavam mais fortes e o tempo entre elas menor.
Joaquim tentava me acalmar, mas era impossível, principalmente, porque ele mal conseguia se controlar e eu sentia o bebê a caminho.
Finalmente, chegamos. Fui rapidamente atendida, fiquei horas, para mim incontáveis, no trabalho de parto e quase quebrei a mão de Joaquim de tanto segurá-la com força. Via a felicidade que tomava conta dele, parecia que todo o caminho percorrido desde aquela tarde de terça-feira era só a introdução para o melhor livro de todos.
Vi-te, nesse momento toda a minha insegurança sumiu e as dúvidas foram junto. Foi amor à primeira vista, o mais forte que já experimentei e essa foi a minha vez de dizer:
– Eu sou mãe!